“Espera pelo SENHOR, tem bom ânimo, e fortifique-se o teu coração; espera, pois, pelo SENHOR.” (Salmo 27.14)
A esperança é uma virtude que tem sua recompensa, mas pode ser bastante dolorosa, solitária e incompreendida.
Apenas pense o quanto os santos da história da salvação aguardaram, alguns deles em dor e sofrimento por tantos anos. Muitos deles sequer viram a consumação de sua esperança nesta vida, enquanto outros tiveram a graça de serem contemplados aqui.
Mesmo esses não foram poupados de uma longa espera enquanto a promessa não vinha. Mas afinal, como disse Paulo, “esperança que se vê não é esperança; pois o que alguém vê, como o espera? Mas, se esperamos o que não vemos, com paciência o aguardamos.” (Rm 8.24-25)
Eis aí o cerne da esperança que por tantas vezes mareja os olhos e caleja os joelhos em busca do cumprimento da palavra do Senhor. Ainda que os santos tenham visto com seus olhos a chegada do que aguardavam com paciência, a espera se tornou o produto de uma disciplina que pode levar muito tempo ou a vida toda para ser desenvolvida.
Lembre-se do quanto Simeão esperou sua vida inteira e foi agraciado com o cumprimento da promessa tendo-a tomado em seus braços. Ou a profetisa Ana, viúva de oitenta e quatro anos que todos os dias aguardava a redenção de Israel como Simeão.
Lembre ainda ma mulher que tocou nas vestes se Jesus em meio à multidão em Cafarnaum (Mc 5.25-34). Por doze anos sofreu em busca da resolução de uma enfermidade degradante que nenhum médico podia resolver. Ou ainda o enfermo no tanque de Betesda em Jerusalém, que era provavelmente paralítico (J0 5.1-9). Uma vida inteira esperando por alguém que o colocasse no tanque. Por trinta e oito anos aguardando uma só pessoa que se compadecesse e o levasse a ser curado. Quando o Senhor lhe perguntou se queria ser curado, ele respondeu não haver ninguém que o colocasse na água. Sua resposta demonstra que ele não sabia quem era Jesus. Mesmo assim, sob a palavra dele, o homem creu e se pôs em pé dando fim à sua espera aparentemente interminável.
Esperar pelo Senhor é uma exortação abundante na Escritura inteira. Seja qual for o motivo de nossa espera, ela só fará sentido se for no Senhor, Esperança de Israel.
Os dissabores da caminhada podem fazê-la parecer demasiadamente longa ou demorada. E aí a Escritura nos consola exortando: “no teu Deus espera sempre” (Os 12.6) ou ainda: “se tardar, espera-o, porque, certamente, virá, não tardará” (Hc 2.3b).
Considere ainda mais o Salmo 130, um tributo à esperança no Senhor, “mais do que os guardas pelo romper da manhã” (v.6). Quanto somos encorajados a esperar no Senhor, pelo Senhor.
Quando a espera é ameaçada não podemos desanimar, pois para onde mais iríamos? Se nutrimos essa expectativa, sabemos que ele é fiel para cumprir o que prometeu pois nele não há engano, não há mentira.
O Senhor vem, não tarda. E a si mesmo se purifica todo aquele que tem em si a esperança de vê-lo como ele é quando enfim se manifestar. Só então nossa espera terá terminado e a expectativa cumprida quando nossa alma for consolada pela presença do Senhor.
Maranata! Vem, Senhor Jesus.
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